Marrie Bot, Geliefden - "Timeless Love", 2004 |
Shopping center lotado e aquela sensação de que vocês não deviam estar ali. Mas fazer o que? Não existem salas de cinemas convencionais – só nos shoppings. Então, se não pode destruí-lo, finja que gosta dele. Filme excelente, produção nacional cheia de efeitos visuais, história já conhecida, lida em um livro anos atrás, e que te interessa profundamente, uma boa companhia, muitos pensamentos a respeito do passado e que se confundem com o presente.
Na saída, já se notam os sinais de que o cinema tem lá o seu poder: comentários calorosos a respeito das atitudes humanas focadas na ascensão espiritual, de como sobreviver às decepções e frustrações, como proceder se o “querer” contradiz o “poder” e coisas que todo mundo admite e sabe que é bom mas esquece de praticar. Eis que, dentre tantos pensamentos, inclusive esse de que “será que tenho condições de praticar isso?”, um deles invadiu a conversa e tomou conta.
Na saída, já se notam os sinais de que o cinema tem lá o seu poder: comentários calorosos a respeito das atitudes humanas focadas na ascensão espiritual, de como sobreviver às decepções e frustrações, como proceder se o “querer” contradiz o “poder” e coisas que todo mundo admite e sabe que é bom mas esquece de praticar. Eis que, dentre tantos pensamentos, inclusive esse de que “será que tenho condições de praticar isso?”, um deles invadiu a conversa e tomou conta.
Deveríamos nos sentir seguros em um relacionamento onde há a conquista. A conquista é motivo de desejo e ser conquistado também – ambos desejam. Não há motivos para temer absolutamente nada. Não há motivo para pânico caso haja assédio naquela festa, quando o alvo de sua conquista trajava um vestido que a deixava linda. Não há razão para desconfiança se ela tiver centenas de amigos – pense que provavelmente ela está feliz. Sem motivos também para as noites perdidas sem sono por causa daquela viagem a trabalho no litoral – ela pode estar longe, mas morrendo de saudades como você. Não se preocupe se sua confiança provocar desconfiança do tipo “você não tem ciúmes porque não gosta”. Se isso acontecer, relaxa, ainda não é conquista, é “aproach”. E tenha sempre em mente que ciúme todo mundo tem, ignorância não. Muitos irão dizer que você está cego, que tem que ficar esperto, que não pode acreditar nas pessoas assim, mas você saberá que a cegueira pode despertar sentidos jamais utilizados, que esperteza é manter sua conquista perto sem necessidade de algemas, e que acreditando exclusivamente em você e na sua capacidade de “conquistar” e não simplesmente “ter”, tudo que disserem contra não terá o menor sentido.
E tem mais, a conquista dura apenas o tempo necessário para a união. O resto não é mais conquista, é cuidado. Não se engane. Conquistar é verbo, é ação, inevitavelmente começa e termina. Cuidado é adjetivo, bem trabalhado, bem feito; é substantivo, é cautela e precaução, é até interjeição - Cuidado! Viu a diferença? Um chega ao fim, você querendo ou não. O outro chegará ao fim se você não manter, não praticar, não cuidar. Vamos para exemplos práticos: você é maratonista, se prepara durante meses para correr, treina, se dedica, corre e vence a prova. Uma conquista. Então você acha que está no topo do mundo porque ganhou aquela prova, fica relaxado, pratica quando lhe convém, engorda. O resultado será o fracasso na próxima corrida. Com relacionamentos não pode ser diferente. Precisa praticar o ato de gostar e não conquistar o tempo todo – isso já aconteceu meu caro. Não perca tempo conquistando um continente já conhecido e explorado. Ao contrário disso, use esse tempo cuidando, plantando flores, pés de manga, construindo cidades, cuidando dos rios, do povo, deixando-o feliz. Se fizer isso terá a conquista mais linda e próspera do mundo, e o melhor, ela será eternamente sua, sem preocupações.
Um comentário:
Ed, estou indo pro Brasil mês que vem e estou louca para ir ao cinema... ainda vou pegar uma parte da Mostra! Mas, pô, não tem cinema fora dos shoppings? E o Cinesesc, o HSBC Bellas Artes, o Espaço Unibanco da Augusta, o Reserva Cultural? Ah, que saudade... Eu só ia a esses cinemas... nada de shopping! Parabéns pela nota!
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