Diante de todos os absurdos que estamos cansados, esgotados e saturados de ver, ler e ouvir depois dos clássicos de futebol deixo aqui essa pergunta: Afinal você torce pra quem?
Domingão modorrento, quente e paradão. Teria sido pior se eu não tivesse enchido a pança (que é pequena, graças a meu bendito DNA) de deliciosas pizzas caseiras que o pai de meu grande amigo Daniel fez e dado boas gargalhadas relembrando as idiotices adolescentes do passado. Cheguei em casa a tempo de escutar o jogo do meu glorioso Galo, pela futuramente secular e inigualável Radio Itatiaia, cuja frequência já estava sintonizada pois minha mãe (que gosta de escutar jogos de futebol) estava ouvindo a narração preliminar de Willy Gonzer e seus comandados. Detalhe: ela aproveitava para corrigir alguns exercícios de seus alunos pequerruchos. Naquele momento eu comentei meio triste e meio "nem aí", como eu estava afim de ir ao Mineirão assistir ao clássico. Mas como sempre, houve problemas graves.
Então, novamente eu pergunto: Pra quem você torce? A partir daquele momento comecei a perceber que a maioria dos torcedores não vão ao estádio torcer para o seu time de paixão e sim para sua torcida. Opa! Como assim? Torcer para uma torcida? Coisa mais estranha, mas é isso o que acontece nos estádios de futebol. Ninguem torce mais para o Galo, Cruzeiro, Corinthians, São Paulo, Palmeiras. Há torcedores às pencas para a Galoucura, Máfia Azul, Gaviões, Independente, Macha Verde enquanto aqueles que torcem para os times se limitam a ficar em casa acompanhando o jogo pelo radinho de pilha, internet, som do carro, pey-per-view, casa do vizinho, etc.
O estádio de futebol se tornou uma espécie de Coliseum às avessas, onde quem se degladia é o público e quem é "devorado pelos leões" é justamente aquele que vai lá apenas pra assistir. O clássico GALO X CRUZEIRO perdeu o briho há tempos. As facções marginais tomaram conta das ruas, das comunidades, das instituições, do Congresso Nacional, da Polícia e até dos estádios de futebol.
Muros altos, cercas eletrificadas e grades espessas não são mais "objetos decorativos" de presídios, aliás, na sua casa tem, no presídio não, e se tem, não funciona, não mantém lá dentro quem nao deve estar aqui fora. Perceberam? Está tudo ao avesso. Vamos enumerar:
- quem está realmente preso é o cidadão, pois se sair, morre;
- num estádio de futebol, 90% nao assistem ao jogo, se limitam a xingar a facção adversária, se vc se descuidar e cair na besteira de assistir ao jogo, morre.
- se denunciar a Polícia porque tem certeza que ela é corrupta, morre;
- votar errado na próxima eleição e colocar no poder um cabeça-de-bagre, morre (nem que seja de fome ou desgosto);
É isso, a sensação que tenho é que pegaram o mundo e chacoalharam tanto que tudo ficou de pontacabeça, e confesso que depois de ter escrito isso ainda tenho medo de que alguem me mate!
IDEIA, s.f. Representação mental de uma coisa concreta ou abstrata; opinião, juízo ORDINÁRIO, adj. Habitual; vulgar, comum, regular; costumado, normal, frequente; (fig) medíocre, fraco; baixo; grosseiro; mal educado; reles; sem caráter; ruim; s.m. aquilo que é habitual; superior eclesiástico; música em passo de marcha; regulamentação do modo de repor via de regra; geralmente.
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