Ando me enfrentando no meu estado mais natural. Dessa forma, descobri que tenho obsessão por cada coisa em seu lugar, cada palavra no seu estilo e que não se pode perder tempo. Assim está Ed Félix - "está" porque passei a acreditar que "estou" e não "sou" - o bom da vida é se adaptar a ela. Pode não ter sido o prêmio merecido e desejado pela vontade de atingir um novo objetivo, mas certamente foi a resposta certa pela forma que andei pela estrada escolhida. Deixar que a mente ficasse em desordem é normal, o que não é normal é manter, é cultivar essa desordem. Resolver isso foi fácil. Mas, ao contrário do que acreditava, todo sistema de simulação inventado por mim para ocultar a realidade, acabou revelando que não sou disciplinado e contraditoriamente impulsivo por virtude, mas sim por reação contra a minha própria negligência, consciente de que sou generoso, próximo e disponível, mas apenas com quem julgo merecedor – outros terão meu sorriso, isso basta. Que me faço passar por prudente quando na verdade sou desconfiado, mas nunca penso o pior. Insegurança não faz parte da minha natureza apesar dela insistir em bater à minha porta – sei que ela está lá, mas não atendo.
Notei, nesse curto, porém intenso tempo de reflexão, que o “amor” é algo raro e assume forma distorcida devido à dúvida que as pessoas trazem dentro de si. Descobri que esse sentimento não se pode traduzir em palavras e sim em ações constantes, corajosas e gratuitas – quem ama não precisa dizer, quem se sente amado não precisa ouvir e muito menos esperar algo em troca. Amor não se troca, se dá e se recebe sem o peso da obrigatoriedade. Palavras jamais substituirão sentimentos, pois esse não cabe em frases ou regras, é livre por si só. Ao descobrir isso abri minha alma às delicias do acaso. Perguntei-me como pude sucumbir diante dessa vertigem que eu mesmo provoquei e que eu tanto temi. Flutuei entre nuvens e andei falando sozinho com a vã ilusão de investigar o porquê das coisas. Me senti culpado quando na verdade estava completamente certo. Certo de que desejar algo bom e novo, agir em torno desse desejo e criar expectativas não é um ato criminoso, apesar de perigoso, e lutar por isso me tornou um homem ainda mais vivo, livre de qualquer prisão sentimental e convicto daquilo que eu preciso para seguir a vida com leveza e um pouco mais de qualidade.
Acho que se me deparar com um letreiro imenso e luminoso expressando quem sou, verei escrita uma doce palavra: "Liberdade".
Adaptado da obra belíssima de Gabriel Garcia Márquez - "Memórias de minhas putas tristes" - pág. 73.
5 comentários:
Nossa! Lindo!
Amar é ser livre!
Bravo!
Bjos
êêê Nêga...
sem churumelas.. sabia q vc seria a primeira a comentar isso (e talvez a unica). Alguns vao invariavelmente discordar de mim... outros concordar mas isso não é importante nao... quero apenas q saibam o que eu realmente me tornei, o que penso... e vc me conhece muito bem! Graças a Deus! rs
Bêjo!! (achei o "Bravo" o máximo.. pena q nao veio acompanhado de uma salva de palmas.. rsrs)
Ed... Diós mio
sou tua fã! Quanta sensibilidade.
Olha só, sua amiga não é a UNICA não viu seu moço? E eu nao vou descordar de ti. Acho que tu estas coberto de razão, nao sei se é pelas experiencias que a vida traz ou se é puro raciocínio (espero que sejam ambas) so digo uma única coisa. Nao entendo como um HOMEM tao sensível, inteligente e divertido como vc está sozinho!
Culpa dos outros? Provavelmente!
Adorei o texto, gosto do teu jeito de pensar a vida!
um grande beijo
Cris Kratz
wow!!!
e vou comentar o que mais depois dessa?? rsrsrsrs
Valeu Cris... somos fãs um do outro digamos assim. rs
Bem.. estou sozinho por opção e por nao ser perfeito... tenho muitos defeitos como qualquer ser humano e acho q ainda nao encontrei alguem que os aceite =D
beijo grandão
Bravo Ed!
Então! Clap..Clap..Clap (Salva de palmas)rs
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